sábado, 14 de julho de 2012

Correção da prova de recuperação de História (Segundo Ano)


Confira a correção da prova de recuperação de História (Segundo Ano)
 HISTÓRIA
 
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir.
Os Tratados com a Bolívia
A Bolívia é uma espécie de Estado de Minas da América do Sul; não tem comunicação com o mar. Quando a Standard Oil abriu lá os poços de petróleo de Santa Cruz de la Sierra, na direção de Corumbá de Mato Grosso, a desvantagem da situação interna da Bolívia tornou-se patente. Estava com petróleo, muito petróleo, mas não tinha porto por onde exportá-lo. Ocorreu então um fato que parece coisa de romance policial.
Os poços de petróleo da Standard trabalhavam sem cessar mas o petróleo que passava pelas portas aduaneiras bolivianas e pagava a taxa estabelecida no contrato de concessão era pouco. O boliviano desconfiou. “Aqueles poços não cessam de jorrar e o petróleo que paga taxa é tão escasso… Neste pau tem mel.”
E tinha. A espionagem boliviana acabou descobrindo o truque: havia um oleoduto secreto que subterraneamente passava por baixo das fronteiras e ia emergir na Argentina. A maior parte do petróleo
boliviano escapava à taxação do governo e entrava livre no país vizinho. Um negócio maravilhoso.
Ao descobrir a marosca, a Bolívia fez um barulho infernal e cassou todas as concessões de petróleo dadas à Standard Oil. Vitórias momentâneas sobre a Standard quantas a história não registra!
Vitórias momentâneas. Meses depois um coronel ou general encabeça um pronunciamento político, derruba o governo e toma o poder. O primeiro ato do novo governo está claro que foi restaurar as concessões da Standard Oil cassadas pelo governo caído…
Mas como resolver o problema da saída daquele petróleo fechado? De todas as soluções estudadas a melhor consistia no seguinte: forçar o Brasil por meio dum tratado a ser o comprador do petróleo boliviano; esse petróleo iria de Santa Cruz a Corumbá por uma estrada de ferro a construir-se e de Corumbá seguiria pela Estrada de Ferro Noroeste. Isto, provisoriamente. Mais tarde
se construiria um oleoduto de La Sierra a Santos, Paranaguá ou outro porto brasileiro do Atlântico. Desse modo o petróleo boliviano abasteceria as necessidades do Brasil e também seria exportado por um porto do Brasil.
Ótima a combinação, mas para que não viesse a falhar era indispensável que o Brasil não tirasse petróleo. Eis o segredo de tudo. A hostilidade oficial contra o petróleo brasileiro vem de grande número de elementos oficiais fazerem parte do grande
grupo americano, boliviano e brasileiro que propugna essa solução – maravilhosa para a Bolívia, desastrosíssima para nós.
Os tratados que sobre a matéria o Brasil assinou com a Bolívia
não foram comentados pelos jornais dos tempos; era assunto petróleo e a Censura não admitia nenhuma referência a petróleo nos jornais. A 25 de janeiro de 1938 foi assinado o tratado entre o Brasil e a Bolívia no qual se estabelecia o orçamento para a realização de estudos e trabalhos de petróleo no total de 1.500.000 dólares, dos quais o Brasil entrava com a metade, 750 mil dólares, hoje 15 milhões de cruzeiros. O Brasil entrava com esse dinheiro para estudos de petróleo na Bolívia, o mesmo Brasil oficial que levou sete anos para fornecer a Oscar Cordeiro uma sondinha de 500 metros…
Um mês depois, a 25 de fevereiro de 1938, novo tratado entre
os dois países, com estipulações para a construção duma estrada de ferro Corumbá a Santa Cruz de la Sierra; a benefício dessas obras em território boliviano o Brasil entrava com um milhão de libras ouro…
O representante do Brasil para a formulação e execução dos
dois tratados tem sido o Sr. Fleury da Rocha.Chega. Não quero nunca mais tocar neste assunto do petróleo. Amargurou-me doze anos de vida, levou-me à cadeia – mas isso não foi o pior. O pior foi a incoercível sensação de repugnância que desde então passei a sentir sempre que leio ou ouço a expressão Governo Brasileiro…
(José Bento Monteiro Lobato. Obras completas – volume 7. São Paulo:Editora Brasiliense, 1951, p.225-227.)


01. O texto descreve uma situação histórica em que imposições de grandes empresas capitalistas internacionais preponderam sobre interesses econômicos de algumas nações. O que diferencia este tipo de exploração, mais contemporâneo, da dominação imperialista instituída nos séculos XIX e XX na África e na Ásia?

resposta:
O imperialismo que permeou as relações entre as nações industrializadas emergentes da Segunda Revolução Industrial e os países da África e da Ásia, pautou-se na instalação de colônias e na exploração dos recursos naturais dessas regiões. O controle político, seja por dominação pura e simples, seja pela criação de protetorados, garantiu a acumulação de capitais significativa que mudou o panorama político principalmente da Europa .  O esgotamento das possibilidades de exploração foram determinantes para a eclosão da Primeira Guerra Mundial. O modelo de exploração econômica descrito no texto está ligado à configuração do capitalismo no pós Segunda Guerra Mundial. De acordo com essa nova dominação, a lógica passa a ser imposta pelo controle de interesses defendidos por transnacionais, alinhavados aos mecanismos de controle das elites locais. O resultado é a manutenção de uma estrutura capitalista dependente que caracteriza as economia dos eufemisticamente chamados “países emergentes”.




 
2. (UNIFESP) A independência do Brasil, quando comparada com a independência dos demais países da América do Sul, apresenta semelhanças e diferenças. Indique as principais
a) semelhanças.
b) diferenças.
          
resposta:
a) Dentre as semelhanças entre os processos de independência do Brasil e o das demais colônias ibéricas, devemos evidenciar: a liderança da emancipação política coube às camadas dominantes coloniais, influenciadas pela ideologia liberal e apoiadas pela Inglaterra capitalista industrializada; após a vitória do separatismo, essas oligarquias políticas assumiram o controle dos recém-fundados Estados nacionais latino-americanos e mantiveram inalterada a estrutura social e econômica colonial, além de impedir a participação política das camadas populares.
b) Quanto às diferenças, podemos salientar: no caso brasileiro ocorreu uma transição conservadora, porque a ruptura de relações com Portugal não foi realizada através de revoltas ou revoluções, e as lutas contra as autoridades metropolitanas foram localizadas e tiveram curta duração. Completada a independência em 1822, sob a liderança do príncipe português D. Pedro, foi adotado o regime monárquico e se manteve a unidade política nacional. Na América Espanhola, a ruptura do sistema colonial, liderada pelos criollos, foi conquistada através de guerras prolongadas, com batalhas sangrentas. Conseguida a autonomia política, foi adotado o regime republicano presidencialista, e todo o território fragmentou-se, dando origem aos vários Estados nacionais onde hoje se fala o castelhano.

3. (Uel) A Revolução Francesa representou uma ruptura da ordem política (o Antigo Regime) e sua proposta social desencadeou
a) a concentração do poder nas mãos da burguesia, que passou a zelar pelo bem-estar das novas ordens sociais.
b) a formação de uma sociedade fundada nas concepções de direitos dos homens, segundo as quais todos nascem iguais e sem distinção perante a lei.
c) a formação de uma sociedade igualitária regida pelas comunas, organizadas a partir do campo e das periferias urbanas.
d) convulsões sociais, que culminaram com as guerras napoleônicas e com a conquista das Américas.
e) o surgimento da soberania popular, com eleição de representantes de todos segmentos sociais.


resposta:[B]

4. (Puc-rio) "...Nós conquistamos a África pelas armas... temos direito de nos glorificarmos, pois após ter destruído a pirataria no Mediterrâneo, cuja existência no século XIX é uma vergonha para a Europa inteira, agora temos outra missão não menos meritória, de fazer penetrar a civilização num continente que ficou para trás..."
("Da influência civilizadora das ciências aplicadas às artes e às indústrias". Revue Scientifique, 1889)

A partir da citação anterior e de seus conhecimentos acerca do tema, examine as afirmativas a seguir.
I - A idéia de levar a civilização aos povos considerados bárbaros estava presente no discurso dos que defendiam a política imperialista.
II - Aquela não era a primeira vez que o continente africano era alvo dos interesses europeus.
III - Uma das preocupações dos países, como a França, que participavam da expansão imperialista, era justificar a ocupação dos territórios apresentando os melhoramentos materiais que beneficiariam as populações nativas.
IV - Para os editores da Revue Scientifique (Revista Científica), civilizar consistia em retirar o continente africano da condição de atraso em relação à Europa.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa IV está correta.
b) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.


resposta:[E]

(Uel) "A emancipação das colônias hispano-americanas, liderada pelos grandes senhores de terras e pela burguesia "criolla", encontrou apoio nos setores médios e populares, os quais, em alguns momentos, chegaram a ameaçar a estrutura de dominação de classe imposta pelo regime colonial. Entretanto, com exceção dos Estados Unidos, que implantaram um regime liberal burguês, no restante da América a independência revelou-se um fato político. Realizada a autonomia, rompidos os vínculos com as metrópoles, as classes dominantes das antigas colônias tomaram o poder e constituíram Estados Nacionais que mantiveram afastada das decisões políticas a massa da população trabalhadora (majoritariamente indígena, camponesa ou não). A estrutura colonial não sofreu qualquer alteração de peso. A Inglaterra abriu mais ainda a sua porta no continente, assegurando-se de mercados consumidores e de matérias-primas; a propriedade territorial continuou nas mesmas mãos, a despeito de algumas tentativas de líderes liberais das Guerras de Independência; a população camponesa permaneceu sob a exploração e o domínio dos seus antigos senhores.
(AQUINO, R. S. L. de; LEMOS, N. J. F.; LOPES, O. G. P. C. "História das sociedades americanas". Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 165-166.)

De acordo com o texto, é correto afirmar:
a) A América hispânica estava vivenciando, já há algum tempo, um maior grau de liberdade comercial em função da crise econômica metropolitana, bem como a crise política desencadeada pelo domínio francês, entre os anos de 1808 a 1813.
b) O fenômeno da emancipação política na Nova Espanha foi peculiar na América. A Revolução Mexicana foi o movimento mais representativo do descontentamento da parcela camponesa da população contra o autoritarismo e dominação da Espanha, culminando na emancipação do território do México.
c) Em toda a América hispânica e também na portuguesa, o processo de lutas pela emancipação dos diversos espaços geográ.cos que futuramente se constituiram em espaços nacionais, foi conduzido pela Igreja, que lucraria com as emancipações, agregando mais terras ao seu já rico patrimônio.
d) A participação dos Estados Unidos nos processos de independência das Américas foi de crucial importância para a adoção do Regime Republicano pelos espaços recém-independentes.
e) Após sua independência, a América portuguesa rompeu os laços com a metrópole - Portugal - e aliou-se às forças de Napoleão Bonaparte, adotando para esse espaço recém-independente os princípios da Revolução Francesa.


resposta:[A]

QUESTÃO EXTRA
1. (ENEM) Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789, na França.
Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. "Revolução Chinesa". São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção correta.
a) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se baseavam em princípios e ideais opostos.
b) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-americana no apoio ao absolutismo esclarecido.
c) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana.
d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da independência norte-americana.
e) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colônias ibéricas situadas na América.


resposta:[C]

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