sábado, 9 de março de 2013

Confira o simulado Notrevest - Primeiro ano



Simulado Notrevest 2013 - Primeiro Bimestre



HISTÓRIA

Primeiro ano

 

31. (Unesp 2012) Nas primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral, além das precárias guarnições das feitorias [...], apenas alguns náufragos [...] e “lançados” atestavam a soberania do rei de Portugal no litoral americano do Atlântico Sul.

(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)



Os lançados citados no texto eram

a) funcionários que recebiam, da Coroa, a atribuição oficial de gerenciar a exploração comercial do pau-brasil e das especiarias encontradas na colônia portuguesa.

b) militares portugueses encarregados da proteção armada do litoral brasileiro, para impedir o atracamento de navios de outros países, interessados nas riquezas naturais da colônia.

c) comerciantes portugueses encarregados do tráfico de escravos, que atuavam no litoral atlântico da África e do Brasil e asseguravam o suprimento de mão de obra para as colônias portuguesas.

d) donatários das primeiras capitanias hereditárias, que assumiram formalmente a posse das  novas terras coloniais na América e implantaram as primeiras lavouras para o cultivo da cana-de-açúcar.

e) súditos portugueses enviados para o litoral do Brasil ou para a costa da África, geralmente como degredados, que acabaram por se tornar precursores da colonização.





32. (ENEM 2011) Em geral, os nossos tupinambás ficam bem admirados ao ver os franceses e os outros dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o seu arabotã, isto é, pau-brasil. Houve uma vez um ancião da tribo que me fez esta pergunta: “Por que vindes vós outros, mairs e perós (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?”

      LÉRY, J. Viagem à Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças Sociais no Brasil. São Paulo: Difel, 1974.



O viajante francês Jean de Léry (1534-1611) reproduz um diálogo travado, em 1557, com um ancião tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade europeia e a indígena no sentido

a) do destino dado ao produto do trabalho nos seus sistemas culturais.

b) da preocupação com a preservação dos recursos ambientais.

c) do interesse de ambas em uma exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil.

d) da curiosidade, reverência e abertura cultural recíprocas.

e) da preocupação com o armazenamento de madeira para os períodos de inverno





33. (Unesp 2012) No processo de ocupação portuguesa do atual território do Brasil, as primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral podem ser caracterizadas como um período em que

a) Portugal não se dedicou regularmente à sua colonização, pois estava voltado prioritariamente para a busca de riquezas no Oriente.

b) prevaleceram as atividades extrativistas, que tinham por principal foco a busca e a exploração de ouro nas regiões centrais da colônia.

c) Portugal estabeleceu rotas regulares de comunicação, interessado na imediata exploração agrícola das férteis terras que a colônia oferecia.

d) prevaleceram as disputas pela colônia com outros países europeus e sucessivos episódios de invasão holandesa e francesa no litoral brasileiro.

e) Portugal implantou fortificações ao longo do litoral e empenhou-se em estender seus domínios em direção ao sul, chegando até a região do Prata.





34. (Enem – 2010)



Chegança



            Sou Pataxó,

            Sou Xavante e Carriri,

            Ianomâmi, sou Tupi

            Guarani, sou Carajá.

            Sou Pancaruru,

            Carijó, Tupinajé,

            Sou Potiguar, sou Caeté,

            Ful-ni-ô, Tupinambá





            Eu atraquei num porto muito seguro,

            Céu azul, paz e ar puro...

            Botei as pernas pro ar.

            Logo sonhei que estava no paraíso,

            Onde nem era preciso dormir para sonhar.







            Mas de repente me acordei com a surpresa:

            Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.

            Da grande-nau

            Um branco de barba escura,

            Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.

            E assustado dei um pulo da rede,



            Pressenti a fome, a sede,

            Eu pensei: “vão me acabar”.

            Levantei-me de borduna já na mão.

            Aí, senti no coração,

            O Brasil vai começar.







NÓBREGA, A.; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.



A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito



a) da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira.

b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.

c) do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.

d) da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.

e) do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.





Gabarito:

Questão 31: [E]

É importante perceber que o texto trata do chamado período pré-colonial brasileiro, marcado pela relativa negligência da coroa portuguesa com sua colônia americana devido aos grandes lucros proporcionados pelo comércio com o Oriente. Essa questão trata justamente dos primeiros colonos que foram enviados ao Brasil, no caso um conjunto de degredados, ou seja, pessoas que não eram desejadas no reino e que se tornaram assim os responsáveis por representar a posse do território colonial nos primeiros trinta anos. Vale destacar que a letra a e a b tratam de personagens qualificados da colonização, logo não podem ser considerados “lançados” como se refere o texto.

Na letra c e d, as atividades citadas só seriam implementadas posteriormente ao período pré-colonial do qual o texto trata.



Questão 32: [A]



No “sistema cultural” do indígena, a madeira tem uma finalidade bastante específica, ser queimada para aquecer as pessoas nos períodos de frio e, portanto, o índio ancião acredita que para os europeus ela deve ter a mesma serventia. No entanto, portugueses e franceses se utilizavam da madeira para a produção de tintura, que por sua vez era utilizada na manufatura de tecidos, em especial para tingir os tecidos.



Questão 33: [A]

O aluno que respondeu a questão anterior não teve dificuldade nenhuma em responder essa outra, pois ela trata da característica geral que marcou o período abordado pelo texto. Como dito anteriormente, Portugal se dedicou nos primeiros trinta anos que seguiram a viagem de Cabral ao seu comércio com as Índias, devido aos altos dividendos que ele proporcionava, relegando sua colônia na América a um segundo plano.



Questão 34:[E]



Os primeiros contatos entre portugueses e indígenas foram amistosos, principalmente porque não havia a intenção de conquistar e colonizar a terra. Nos primeiros anos de contato, tratados como período pré-colonial, os portugueses se interessaram pelo pau-brasil. No entanto, com o inicio da ocupação da terra, o conflito se caracterizou na medida em que os indígenas, apesar de não terem a noção de propriedade privada, sentiram suas terras e vida ameaçadas pelos portugueses.


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